Com mais de 50 livros publicados sobre temas ligados à área jurídica, dos quais três lançados no Peru e um em Portugal, Fredie Didier, doutor em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, acaba de ser eleito o mais novo membro da Academia de Letras da Bahia. Ele foi escolhido pelos acadêmicos da entidade para ocupar a cadeira nº 10 a partir de 30 de novembro.
Ao todo, a entidade literária centenária do estado baiano conta com 40 membros. Didier, que também é coordenador do curso de Pós-Graduação LFG em Direito Processual Civil, vai ocupar a vaga deixada por Monsenhor Gaspar Sadoc da Natividade, que faleceu em setembro do ano passado.
O advogado foi escolhido para a vaga por meio de uma eleição entre os membros, ocorrida em agosto último. Seu nome foi indicado em reconhecimento ao trabalho que ele realiza para cultivar a língua e a literatura brasileira. Atualmente, o professor da LFG é autor e coautor de mais de 50 livros, sendo que o mais conhecido é o Curso de Direito Processual Civil, publicado em cinco volumes pela Editora Jus Podivm.
Faz parte da obra intelectual literária de Didier também duas coletâneas. Uma delas é a chamada Os nomes das salas, com os perfis biográficos das personalidades que dão nome a espaços da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, muitos dos quais membros da Academia de Letras da Bahia. A outra é a coleção de textos não jurídicos intitulada Janelas Abertas, que reúne discursos, necrológios, prefácios e ensaios.
Interesse pela Academia de Letras da BA
Natural de Salvador, Didier, de 43 anos, foi eleito em 2008 para ocupar a cadeira de nº 31 da Academia de Letras Jurídicas da Bahia, outra entidade literária formada por 40 juristas do estado. Um deles é o juiz substituto do Tribunal de Justiça da Bahia, Pablo Stolze, outro professor da LFG, indicado em 2014 para o assento nº 15 dessa academia pela sua contribuição à literatura brasileira com diversas obras jurídicas.
“Minha relação com a Academia de Letras da Bahia é recente. Passei a interessar-me mais por ela quando, em 2002, um dos meus mestres, Paulo Furtado, foi eleito para a vaga aberta em razão do falecimento de Josaphat Marinho; cadeira, aliás, que já havia sido ocupada por Nestor Duarte”, conta o professor Didier.
“Percebi ali o elo entre as letras jurídicas baianas e a Academia de Letras da Bahia, afinal, três ícones da doutrina jurídica baiana ocuparam a mesma cadeira nos anos 60. A ligação, depois descobri, era mais estreita do que suspeitava”, diz ele entusiasmado.
Como membro da Academia de Letras Jurídicas da Bahia, Didier revela que sentia o impulso de se aproximar mais da Academia de Letras da Bahia. Seu desejo era fazer parte da entidade literária máxima do estado baiano para representar as letras jurídicas da região, o que aconteceu agora.
Para alcançar esse objetivo, ele compareceu com frequência aos eventos da academia nos últimos três anos e teve oportunidade de aproximar-se de muitos acadêmicos.
“Tive acesso a pessoas geniais e percebi o que até então me era desconhecido: a intensa atividade da academia ao longo do ano, de março a novembro”, conta Didier, impressionado com a vivacidade da centenária Academia de Letras da Bahia.
Segundo ele, toda semana a Academia de Letras da Bahia promove debate, palestra, roda literária, lançamento de livro, uma homenagem a um acadêmico ou qualquer outro ato que preserve a memória da inteligência produzida na Bahia.
Didier explica que ele é o primeiro acadêmico da década de 1970 (ele nasceu em 1974) do século XX a conquistar uma cadeira na Academia de Letras da Bahia. Ele avalia que é grande a sua responsabilidade na entidade literária e promete esforços para ajudá-la a promover o progresso intelectual dos baianos.
O novo membro da Academia de Letras da Bahia é graduado em Direito na Universidade Federal da Bahia, onde obteve título de mestre em Direito. Doutorou-se em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e concluiu o pós-doutorado na Universidade de Lisboa, em Portugal. Ele é livre-docente pela Universidade de São Paulo e atua como professor em universidades da BA.
Desde 2004, o advogado é professor os cursos de graduação, mestrado e doutorado em Direito da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia.
Foi o coordenador da Comissão de Juristas responsável pela revisão, na Câmara dos Deputados, do projeto de novo Código de Processo Civil brasileiro (Lei n. 13.105/2015) – setembro de 2011 a março de 2014. Ele também é coordenador do curso de Pós-Graduação LFG em Direito Processual Civil.
Conteúdo produzido pela LFG, referência nacional em cursos preparatórios para concursos públicos e Exames da OAB, além de oferecer cursos de pós-graduação jurídica e MBA.