O perfil do bom concurseiro – por Francisco Fontenele

O perfil do bom concurseiro - por Francisco Fontenele

Por Francisco Fontenele

 

Dediquei-me à preparação para concursos públicos ao longo da minha carreira, o que me possibilitou contribuir de alguma maneira para que milhares de pessoas obtivessem aprovação em concursos públicos com apoio de cursos preparatórios que participei e participo, seja na criação ou com direcionamento pedagógico.

O trabalho permanente com os melhores professores do segmento e, sem sombra de dúvidas, com os alunos, permitiu que os avaliasse, percebesse e apontasse qualidades, que eles foram aperfeiçoando, e também deficiências, que eles mesmos foram sendo capazes de corrigir ao tomar consciência delas.

Examinando os concurseiros bem-sucedidos e que passaram em concursos públicos, são evidentes alguns elementos em comum: para vencer milhares de concorrentes e ter as melhores notas, eles se preocuparam, primordialmente, com o domínio do conteúdo programático das disciplinas exigidas, tiveram foco e determinação para estudar com seriedade e, para isso, foram rigorosos no estabelecimento e cumprimento de rotinas. Mas como eles chegaram a essas virtudes em comum? Identificando e corrigindo os pontos fracos e buscando, incessantemente, o aprofundamento e a consolidação dos conhecimentos por meio de metodologias apropriadas.

Não dá para ser um concurseiro “paraquedista”, que vai tentar a sorte e quer fazer todos os concursos sem se preocupar com a preparação adequada – aliás, esse tipo de candidato tem chance mínima de sucesso. Isso não significa que ele não busque o êxito em mais de uma carreira. Mas é preciso ter um “foco central”, ou seja, uma atenção especial calcada no edital específico daquele cargo que, em especial, quer atingir.

Alguns aspectos são essenciais e o bom concurseiro não pode ignorar, já que definem seu perfil e seu desempenho:

 

PERFIL

O bom concurseiro tem objetivos profissionais na vida. Já escolheu a profissão e procura os concursos mais adequados às suas capacidades e interesses. Já fez sua “autoavaliação”: a) mediante aferição dos seus conhecimentos por meio da resolução de simulados prévios; b) conhecendo as deficiências em cada disciplina e seus respectivos temas e/ou pontos dos conteúdos programáticos e; c) promovendo o reforço nos estudos para corrigir tais deficiências.

O bom concurseiro deve ser determinado. Ele tem consciência de que precisa investir na sua preparação e de que a concorrência é, a cada concurso, mais acirrada. Isso exige foco.

Uma característica adicional das pessoas bem-sucedidas nos concursos é o fato de conhecerem seus deveres – e também os seus direitos. Elas conhecem o inteiro teor do(s) edital(is) do(s) concurso(s) do seu efetivo interesse.

O bom concurseiro já está se preparando antes mesmo do concurso ser divulgado, não espera sair o edital para começar a estudar.

 

CURSO PREPARATÓRIO

Para a maioria dos aprovados, o “mapa do tesouro” foi o curso preparatório que fizeram para o concurso almejado, e que os colocou em contato com professores capazes de lhes transmitir com segurança os melhores ensinamentos, passando diretrizes (perfil das bancas, modo de interpretar, posição dos tribunais, etc.) sobre o que tende a ser exigido, bem como indicação da melhor bibliografia. Por isso, é importante verificar qual curso tem corpo docente comprovadamente especializado, sendo capaz de ensinar o conteúdo atualizado de acordo com os editais.

 

As melhores lições, induvidosamente, perpetuam a informação…

 

É preciso também avaliar a formatação, a carga horária do curso, a metodologia e se os recursos/ferramentas ofertados são eficazes para sedimentar seus conhecimentos. É fundamental ainda que o curso e seu corpo docente tenham, efetivamente, um histórico expressivo em aprovações recentes.

 

Para passar nos concursos é essencial investir na melhor bibliografia. Tem que pesquisar e não cair na armadilha de se limitar ao conteúdo mais facilmente disponível, como simples apostilas e material desatualizado (fácil de achar na internet, por exemplo), pois nem todo material disponível é adequado ao bom aproveitamento acadêmico.

 

BANCA EXAMINADORA

É importantíssimo saber qual o perfil da banca examinadora responsável pela elaboração e/ou aplicação das provas do seu concurso e saber todas as características da instituição, principalmente, como esta formula e aplica as questões. Para tanto, é indispensável que o concurseiro pesquise e conheça as provas aplicadas anteriormente.

Saber quem constitui a banca examinadora também ajuda muito, e isso tem sido considerado decisivo para concurseiros que atinaram para esse aspecto. É bom tentar se informar o máximo possível sobre quem elabora as questões, não deixando de identificar os temas que têm maior probabilidade de incidência em cada disciplina.

 

SIMULADOS E PROVAS DE CONCURSOS ANTERIORES

Praticar resolvendo simulados é uma das receitas de sucesso de boa parte dos concurseiros que conseguiram chegar lá. Eles procuram material de boa procedência, feito por profissionais especializados e com comentários atualizados a respeito de cada matéria específica do concurso. Além de sedimentar os conhecimentos, isso permite que o candidato saiba administrar melhor o tempo que poderá destinar à resolução das questões e à transcrição para folha de respostas da prova.

 

Procurar provas de concursos anteriores e resolvê-las é outra receita de sucesso. O concurseiro que “autoaplica” provas de concursos anteriores ganha mais domínio dos temas exigidos. É importante, não se ater somente à resolução das questões de múltiplas escolhas, mas também treinar questões dissertativas e redação. Portanto, escrever bastante é essencial para obter o melhor desempenho nessa fase do concurso, que é de caráter eliminatório e decisivo. É imprescindível recuperar hábito de escrever sempre!

 

ROTINA DE ESTUDOS

Mas, tudo isso só funciona a contento para quem sabe criar uma rotina diária de estudos. O segredo é estabelecer horários e personalizar os períodos diários de estudo de acordo com o tempo disponível. Para isso, é preciso saber dosar os estudos com os compromissos pessoais. Nada se faz na vida sem sacrifício! O concurseiro deve ter consciência de que abrirá mão de convites para festas, namoros, jogos, viagens não programadas etc. Ele não pode comprometer o tempo diário dedicado aos estudos.

Sempre com uma boa dose de equilíbrio…

 

CALENDÁRIO DE ESTUDOS

Cumprir o calendário de estudos é outra característica do concurseiro de sucesso. Cada hora de estudo perdida, devido a algum contratempo, deve ser rapidamente resposta. Deixar os estudos para o fim de semana, por exemplo, não é recomendado. É melhor dedicar-se todos os dias do que concentrar os estudos num grande número de horas. Deixar o estudo para a última hora não é eficaz.

 

“Varar noites” não vai adiantar porque não rende o suficiente. Mesmo assim, o bom concurseiro tem consciência de que, vez ou outra, enfrentará o sacrifício de estudar cansado ou ter de repor horas de estudo que perdeu na semana por força de mudanças no seu calendário pessoal.

 

No caso de estudar por tempo prolongado, é importante desenvolver estratégias, como dividir o tempo por disciplinas. Levantar-se a cada intervalo de tempo e tomar chá podem ser um bom estímulo para enfrentar os “rounds” seguintes para quem estuda por muitas horas.

 

LOCAL DOS ESTUDOS

Outro detalhe que faz a diferença é a escolha de um lugar adequado para estudar. A iluminação deve ser adequada, e o ambiente deve ser silencioso (preferencialmente em sala exclusiva) de modo a não tirar a atenção dos estudos. Concentração e estudar com prazer faz a diferença! Não adianta estudar sem concentração! Tudo isso serve para garantir o bom rendimento.

 

A desatenção em face de cada um dos aspectos que acabo de abordar faz perder pontos. Ficar atento a cada um deles e aplicar as estratégias sugeridas é o primeiro passo para ser bem-sucedido em concursos. Não se trata de uma fórmula, mas de um elenco de características que sinalizam para o sucesso.

 

Você é capaz! Com foco, determinação, comprometimento, sacrifícios e estratégias de estudos bem definidas conquistará o sucesso almejado.

 

A realização pessoal e profissional depende de você!

 

 

Fonte: Jusnavigandi

 

Quais os principais pecados cometidos pelos concurseiros?

Não é segredo para ninguém que o concurseiro deve ser persistente e ter disciplina em suas ações. Assim, de nada adianta se ele se propuser a mudar sua vida para melhor e, por outro lado, não ter empenho suficiente.

Ao deixar de cumprir algumas premissas básicas para se sair bem em provas, este candidato se entrega à sorte – que nunca o ajudará, uma vez que as provas costumam ser complicadas, pegar os alunos pelo raciocínio lógico, ter armadilhas e muitos outros concorrentes, que podem ter se preparado da melhor forma possível.

Para que nada comprometa o sucesso desta empreitada, o Blog LFG Acontece listou alguns dos principais pecados cometidos pelos concurseiros. Confira:

Falta de planejamento

Planejar, não somente a maneira que irá estudar, mas seus estudos por completo pode ser a saída para que a prova não te envolva em um completo mar de novidades. Afinal, o edital está aí para direcioná-lo sobre os assuntos tratados e, geralmente, são muitos, não é mesmo? Por isso, trace um planejamento de estudos.

Este pode ser feito com horas dedicadas diariamente ou mesmo em dias intercalados. O problema é deixar para estudar todo o conteúdo em cima da hora.

Reveja o que você já sabe (começar por aí, pode ser uma boa saída, apontam especialistas) e parta para o que faz parte de um novo conhecimento. Além disso, procure, com este planejamento, não criar um plano que não consiga levar adiante.

Portanto, dentro desta tarefa, respeite-se: atribua a você a carga que conseguir sustentar. Se impor uma meta de oito, nove horas de estudo por dia, pode comprometer sua tranquilidade nos dias antecedentes ao concurso, bem como a realização da prova. Pense nisso e se organize de acordo com o seu método de estudo.

Gastar todo seu tempo de estudos em teorias

De nada adianta você ler ao edital completo de sua próxima prova e simplesmente estudar muito só a parte teórica. É importante saber que somente a prática pode levá-lo a algum lugar. A teoria é relevante? Sim e nunca pode ser deixada de lado. No entanto, apostar só em questões teóricas para seus estudos está fadado ao fracasso.

Certamente, em seu tempo de estudo, uma boa parte de exercícios sobre àquela teoria devem ser realizados o tempo todo. Por isso, assim que você descobrir qual o seu melhor método de estudos, pratique bastante.

Crie sua rotina e não pule etapa alguma

Da mesma forma que pode ser prejudicial tanto à saúde do concurseiro quanto ao aprendizado não planejar seus estudos, não criar uma rotina ou mesmo pular etapas pode afetar todo o processo final.

Desta forma, estabeleça, dentro de seus limites, uma rotina para os estudos e procure mantê-la com afinco e força de vontade, sem pular etapas. Ao manter um padrão em sua forma de estudar, as informações tendem a ser mais construtivas no aprendizado.

Além disso, ampliar as formas de conhecimento e métodos, pode ser a salvação para algum assunto que não esteja sendo bem compreendido, por exemplo. Por isso, aproveite audiobooks, apostilas, vídeos e todo e qualquer conteúdo que agregue sua vontade de estudar e melhore seu conhecimento.

Estudar somente o que te agrada

Este é um dos principais pecados do concurseiro. Afinal, é muito mais gostoso estudar aquilo que gostamos, não é mesmo? Assuntos de preferência são sempre absorvidos da melhor forma. Portanto, fuja um pouco dos conteúdos que mais te apetecem, seja por identificação ou mesmo por facilidade.

Desafiar-se continuamente, inclusive, pode aprimorar a forma como este conhecimento é absorvido. Certamente, ao abrir este caminho sobre o desconhecido, seu cérebro se renovará.

Ignorar provas anteriores

A resolução e estudo de provas anteriores do concurso que você vai prestar é fundamental. Por isso, não ignore as avaliações que foram aplicadas em outros anos.

Mesmo que os assuntos tenham se renovado, é justamente a prática que o deixará atento às famosas pegadinhas, além de melhorar o raciocínio lógico e fazer com que a concentração seja direcionada para o que realmente é importante.

Além disso, essa prática de exercícios de provas aplicadas anteriormente leva também ao conhecimento do estilo da avaliação – essencial para uma boa produtividade em relação ao que os examinadores podem exigir.

Não fechar ciclos de temas

É recomendável ir ao final de um tema preestabelecido. É um erro pular de assunto em assunto sem fechar ciclos. Quebra a lógica e, na medida em que retornar ao estudo daquele tema, precisará voltar para relembrar do que se tratava e haverá perda de tempo.

A recomendação é não mudar de tópico sem fechar o ciclo de pensamento do assunto anterior, mesmo que sejam necessários dias de dedicação.

Conteúdo produzido pela LFG, referência nacional em cursos preparatórios para concursos públicos e Exames da OAB, além de oferecer cursos de pós-graduação jurídica e MBA.

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